sempre o mar
Deito-me nos lençóis escuros de uma cama desfeita; neles existem estrelas, como existem no céu; movida pela brisa marinha que chega não sei de que lugar, a música toca baixinho nos meus ouvidos, como se fosse eu, que por dentro a tocasse; em suaves, leves pés descalços, danço. É impossível não dançar. Asas imensas rasgam o espaço pintado nas curvas das minhas pálpebras. Rodopiam, indistintas e brilhantes; incontornáveis anfitriãs. Os braços soltos; perdem-se os dedos na espera do sal, do banho das ondas que dão à costa do Sonho; a ilha deserta em que durmo, vivo, a qual não pretendo deixar.
Tinha um vestido vermelho e no cabelo estrelas do mar.
Tinha um vestido vermelho e no cabelo estrelas do mar.
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